* Leila Navarro
Quem me conhece um pouco, ou já leu meus livros, sabe que costumo fazer muitas perguntas. Em um desses livros, "A Vida Não Precisa Ser Tão Complicada" (Editora Gente), usei nada menos do que 156 pontos de interrogação. Sou, sim, uma declarada adepta das perguntas porque elas nos fazem pensar e contribuem para o nosso autodesenvolvimento. Aliás, segundo o biólogo e cientista chileno Humberto Maturana, duas coisas impulsionam o crescimento do ser humano: curiosidade e dor. E ambas geram perguntas. Para constatar como a curiosidade nos mobiliza desde cedo, basta observar uma criança: tudo ela quer ver, pegar, experimentar, saber o que é ou para que serve. Vê-se que uma criança é sadia quando é sapeca e curiosa. Mesmo no adulto, a curiosidade não deixa de existir, apenas se sofistica. Instiga-nos a aprender, entender a vida, decifrar o mundo. É um claro sinal de saúde também, de interesse, de vida, de movimento e desejo. Agora, a mesma curiosidade que nos impulsiona a conhecer o mundo deve nos estimular a conhecer a nós mesmos, e é aí que entram as perguntas. Sou da opinião que temos de nos observar constantemente, questionar o que estamos sentindo, o que queremos, o que não queremos, o que nos dá prazer, o que nos incomoda, o que podemos aprender com as situações da vida e por aí vai. Já a dor, entendida aqui como sinônimo de sofrimento, tem a função de despertar a nossa consciência para algo que precisamos mudar em nossa vida ou em nós mesmos. Para crescer com ela, temos que identificar suas causas, e isso se faz com perguntas também. Se algo a(o) incomoda, pergunte-se por que isso está acontecendo com você. Se um sentimento desagradável aperta seu coração, questione-se o que a(o) faz se sentir assim. Se está infeliz, pergunte-se o que lhe causa infelicidade. Acredito que as perguntas são essenciais para o nosso equilíbrio nessa vida louca que levamos hoje em dia. Se deixarmos, a correria cotidiana nos coloca no piloto automático e começamos a fazer coisas sem nem saber o porquê. Daí a importância de nos questionarmos constantemente – questionar para onde vamos, o que queremos, o que estamos fazendo conosco. O objetivo de fazer perguntas não é propriamente obter respostas, e sim voltar a atenção para nós mesmos. Vejo tanta gente buscar a ajuda de um coach para ajudá-las a restabelecer esse equilíbrio ou conquistar os objetivos que desejam... E qual é a base do trabalho desse profissional? Perguntas! Sendo assim, você pode considerar o hábito de questionar-se como um auto-coaching, que a(o) levará a refletir sobre os rumos que tem seguido até agora, o que está dando certo, o que não está dando e o que pode ser mudado. Aqui vão algumas sugestões de perguntas para fazer em todos os momentos da vida, todos os dias até. Elas poderão trazer grandes insights para sua vida profissional.
O que me deixa motivada(o)?
Sinto-me confortável onde estou?
O que me deixa satisfeita(o) atualmente?
O que me incomoda?
O que aconteceu com meus sonhos?
Como tenho resolvido meus problemas?
Qual é o meu problema?
O que precisa acontecer para as coisas ficarem como eu quero?
O que essa situação difícil pode me ensinar?
O que estou fazendo para crescer?
O que estou deixando de fazer para crescer?
* Leila Navarro é palestrante motivacional no Brasil e no exterior. É autora de cinco livros, todos pela Editora Gente. Venceu o "8º Prêmio Top Of Mind Fornecedores de RH" na categoria "Palestrante do Ano", em 2005.
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