segunda-feira, 19 de maio de 2008

A comunicação verbal em 5 dimensões


Cada vez mais o mercado de trabalho exige pessoas competentes e hábeis, que possuam atitudes proativas e positivas. Dentre essas competências, que não são desenvolvidas no sistema educacional, é imprescindível destacar a comunicação verbal. Para uma reflexão mais detalhada, é necessário uma análise sobre algumas ramificações da comunicação verbal. Aproveite para rever a forma como lida com essas situações ou se está no momento de investir nesse desenvolvimento.


Comunicação na dimensão emocional – Trata de como enfrentar o medo de falar em público e lidar com as seguintes manifestações: tremedeira, gagueira, sudorese, “branco” e pavor em certas situações, além de desenvolver a arte da empatia, saber ouvir e se flexibilizar para aceitar o outro incondicionalmente.


Comunicação na dimensão vocal – Fala sobre como utilizamos e podemos usar nossa voz, dando brilho e colorido à fala através da musicalidade e teatralização.


Comunicação na dimensão corporal – Trata da comunicação do corpo por meio dos gestos, olhar, expressão facial, aparência, estilo, maneira como nos movimentamos e nos apresentamos fisicamente com nossa postura e roupas


Comunicação na dimensão técnica – Estuda a gramática, o vocabulário, a língua, a estruturação e organização dos pensamentos.


Comunicação na dimensão espiritual – Aborda o caráter, a ética e os valores pelos quais uma pessoa pauta seus comportamentos e atitudes, identificando-os.


Esse resumo mostra a abrangência dessa habilidade esquecida, mas muito importante para aqueles profissionais que desejam não apenas permanecer no mercado como também progredir, evoluir, atingir patamares mais elevados, destinados aos que souberam superar limites para mostrar e fazer valer seu real potencial ao desenvolvê-la.


Fonte:Motivaonline (por Reinaldo Passadori) – Adaptação HGM Consultores

Demissão ofensiva pode causar dano moral


O empregado que se sente ofendido ou discriminado na hora da demissão, contudo, pode entrar com uma ação contra a empresa por danos morais, de acordo com o professor de direito do trabalho da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica)

Renato Rua de Almeida.


"Mas é muito difícil conseguir a indenização. É preciso que o funcionário tenha provas documentais ou testemunhais de que realmente foi ofendido."


Caso o empregado não tenha como provar a ofensa, pode entrar com uma denúncia na Delegacia Regional do Trabalho. "O fiscal terá de ir à empresa e verificar se a ofensa de fato aconteceu. Só que, nesse caso, a penalidade não será uma indenização, e sim uma multa administrativa", explica a advogada Sônia Mascaro Nascimento, presidente da Comissão de Direito de Trabalho da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Se o fiscal constatar que a atuação ofensiva é da cultura ou da política da firma, acrescenta Nascimento, a denúncia deverá ser encaminhada ao Ministério Público do Trabalho, que poderá ingressar com ação de dano moral coletivo.



Saiba o que receber em caso de demissão sem justa causa:


1. Aviso prévio e saldo de salários referente aos dias em que o empregado trabalhou até ser demitido;


2. 13º salário e férias proporcionais (mais um terço desse valor) referentes aos meses trabalhados;


3. Multa de 40% sobre o valor total depositado na conta vinculada do empregado, o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço);

O que as empresas ocidentais fazem quando os operários da China começam a exigir melhores salários e condições?

O que as empresas ocidentais fazem quando os operários da China começam a exigir melhores salários e condições?

Fácil -transferem a produção para um país mais barato. A perda da China é o ganho do Vietnã
De Alexander Jung e Wieland Wagner
fonte site uol.

A potência manufatureira do mundo precisa de novos trabalhadores com baixos salários, e este é o motivo do homem de terno preto estar falando até ficar rouco. "Não demorem", ele diz às pessoas reunidas ao seu redor, pressionando sua boca contra o microfone. "Nós cuidaremos de tudo em minutos e vocês terão trabalho imediatamente."O homem, cujo nome é Zhou Liang, trabalha para uma agência de empregos privada, que tem seu escritório em um terminal de ônibus em Shenzhen, o centro industrial no sul da China. Ônibus chegam constantemente ao terminal vindos de toda a China, trazendo uma nova oferta de trabalhadores migrantes jovens.
Mas Zhou, o agente de empregos, soa desesperado, como alguém tentando vender um produto que ninguém quer. Cartazes na parede anunciam os empregos mais mal remunerados do mundo. Uma grande quantidade de fábricas está à procura de trabalhadores, mas elas pagam apenas um salário mínimo mensal de 750 yuans, ou cerca de US$ 107, e isto para uma carga horária de oito horas por dia, cinco dias por semana. Mas trabalhando horas extras e fins de semana, anuncia Zhou, na esperança de interessados, os trabalhadores podem ganhar até duas vezes mais.Ele conseguiu atrair 40 candidatos e pede para que façam três filas. Um deles é Zhong Xia, 20 anos, da província de Sichuan. A bagagem dela consiste de uma mala e um balde de plástico. O balde é para que possa lavar suas roupas no dormitório da fábrica onde provavelmente morará em breve, dividindo um quarto com várias outras mulheres.A mulher recebe um emprego para montar componentes elétricos, incluindo cabos e plugues. É um começo, e melhor do que nada, ela diz rapidamente antes de seu grupo ser conduzido para uma fila de espera de microônibus que levarão os trabalhadores para as fábricas. Todo o processo é concebido para acontecer o mais rapidamente possível, para impedir os trabalhadores de mudar de idéia no último minuto. Atualmente, mão-de-obra se tornou um bem em falta na China.Há uma escassez de 2 milhões de trabalhadores apenas no delta do Rio Pérola, a zona industrial da China adjacente a Hong Kong, onde empresas como Adidas e Mattel têm seus produtos fabricados. Os fabricantes de lá competem implacavelmente por mão-de-obra, disputando desesperadamente cada trabalhador. Esta luta marca um novo capítulo na história da globalização.Por um longo tempo parecia que a China, com seus 1,3 bilhão de habitantes, oferecia ao mundo uma reserva inesgotável de mão-de-obra barata. Era a base da receita para o sucesso que o reformista Deng Xiaoping prescreveu ao país há 30 anos. Empresas estrangeiras terceirizariam a produção de bens simples para a China. E os comunistas lhes forneceriam os trabalhadores que precisassem.Todos se beneficiaram com o arranjo. Cerca de 300 milhões de chineses foram retirados da miséria e a China se transformou na principal fornecedora para os países industrializados. Os consumidores no Ocidente ficaram satisfeitos por poderem comprar camisetas e tênis baratos.Mas agora este sistema simbiótico não está funcionando tão bem quanto no passado. O boom econômico nas províncias mais pobres do oeste do país provocou a redução do afluxo de trabalhadores migrantes, à medida que muitos chineses preferem procurar emprego mais perto de casa. Isto, por sua vez, forçou as empresas a reverem completamente suas suposições.Os custos estão subindo por toda parte. A escassez de mão-de-obra tornou a produção mais cara, à medida que os trabalhadores agora podem exigir salários mais altos. Uma lei trabalhista mais rígida, matérias-primas mais caras e a valorização do yuan chinês frente ao dólar também contribuíram para a alta dos custos. A inflação chegou recentemente a 8%. O papel da China como destino supremo de produção de baixo custo está rapidamente se tornando história.Investidores alemães, antes atraídos pelos baixos custos do Extremo Oriente, começaram a perceber recentemente que as vantagens financeiras de terceirizar a produção para a China começaram a desaparecer. "Conseguir lucro está ficando cada vez mais raro", relata o consultor Wilfried Krokowski, que é especializado em ajudar empresas alemãs a entrarem no mercado chinês.Como resultado, regiões manufatureiras como o delta do Rio Pérola estão experimentando um verdadeiro êxodo. Segundo uma pesquisa da Câmara de Comércio dos Estados Unidos em Xangai, uma entre cinco empresas já está pensando em sair da China. Muitas estão levando suas fábricas para lugares onde os salários agora são mais baixos, como Vietnã, Bangladesh ou Índia.Ou fecham completamente, como a Boji Company. Até recentemente, a Boji era uma das maiores produtoras mundiais de árvores de Natal artificiais, empregando 20 mil pessoas. Agora seu complexo de prédios em Shenzhen está abandonado e suas lojas de fábrica fechadas. "Nós queremos nosso dinheiro", fornecedores irados picharam nas paredes.Apenas em dezembro e janeiro, mais de 1.000 empresas deixaram o delta do Rio Pérola. A maioria era de Taiwan ou da vizinha Hong Kong. Mas eram apenas a ponta do iceberg. Segundo Stanley Lau, o vice-chefe de uma federação de empresas de Hong Kong, 10% de até 70 mil empresas manufatureiras de pequeno e médio porte na área provavelmente fecharão as portas neste ano. Cerca de 4 mil empresas no setor de calçados, diz Lau, já fecharam.O que é mais surpreendente neste êxodo é que ninguém na China está preocupado com a partida destes estabelecimentos escravizantes. Não há grandes protestos ou apelos desesperados por parte de políticos. Pelo contrário, a mudança é intencional.Os planejadores da China sabem que seu país não tem futuro como produtor de baixo custo. Seguindo os passos do Japão e da Coréia do Sul, eles estão convertendo sua base industrial, na esperança de catapultar a indústria chinesa para o nível de alta tecnologia. É uma mudança que os estrategistas comunistas de Pequim estão promovendo tão energicamente como apenas ditaduras são capazes.Pequim eliminou recentemente alguns incentivos para investidores estrangeiros, incluindo isenções de imposto de renda de pessoa jurídica e reduções de alíquotas para muitos bens exportados. Como resultado, se tornou quase impossível ter lucro com a exportação de certos produtos, como couro para calçados.Ao mesmo tempo, Pequim busca promover a "harmonia" social que o líder do Partido Comunista e presidente, Hu Jintao, apregoa constantemente. É uma campanha que visa neutralizar a crescente insatisfação na República Popular. Os súditos de Pequim estão se tornando mais cientes de seus direitos e não estão mais dispostos a serem explorados.Em intervalos de poucos dias, os operários da Clever Metal&Electroplating, em Shenzhen, param repentinamente de trabalhar. Vestindo uniformes azuis com números amarelos fixados neles, eles se sentam à beira da estrada, parecendo suficientemente inofensivos -quase como se estivessem fazendo um piquenique. Mas o clima é tenso.Os trabalhadores dizem que estão esperando por seu salário há duas semanas. Eles especulam que os administradores da empresa estão ficando sem dinheiro, assim como eles gradualmente estão perdendo a paciência. "Eu pinto molduras de metal por até 12 horas por dia", se queixa um funcionário, "e a máscara fina que uso não impede o cheiro forte".As condições ainda não melhoraram significativamente em muitas fábricas chinesas. Os empregadores pagam salários de fome, deixam de dar crédito pelas horas extras e arruinam a saúde de seus funcionários. Uma operária da Taiway, uma fornecedora para a indústria de material esportivo, descreve quão dura é a vida nos bastidores de uma fábrica chinesa.Usando um dispositivo apenas ligeiramente maior do que uma escova de dente, ela passa até 10 horas por dia aplicando cola em solas de calçados. O cheiro é terrível e ela freqüentemente sofre de dores de cabeça. Apesar da empresa ter distribuído máscaras, diz a funcionária, elas são tão ineficazes que quase ninguém as usa -exceto quando os inspetores fazem visitas.Toda noite ela cai exausta na cama. Ela compartilha um quarto com seis outras mulheres no dormitório de propriedade da empresa. Não há chuveiros para os funcionários, que precisam carregar água quente em baldes para se lavarem.No passado, os chineses tolerariam em silêncio essas condições. Mas agora eles não estão mais dispostos a aceitá-las, e até mesmo podem esperar apoio do governo. A nova lei trabalhista, introduzida no início do ano, garante aos funcionários maior proteção contra demissão e maiores pagamentos rescisórios. Também aumenta os custos para as empresas, especialmente os produtores que pagam baixos salários.
Tradução: George El Khouri Andolfato
Visite o site do Der Spiegel

terça-feira, 13 de maio de 2008

Feliz dia das Mães!!!

















No dia em que Deus criou as mães (e já vinha virando dia e noite há seis dias), um anjo apareceu-lhe e disse:- Por que esta criação está lhe deixando tão inquieto Senhor?E o Senhor Deus respondeu-lhe:- Você já leu as especificações desta encomenda? Ela tem que ser totalmente lavável, mas não pode ser de plástico. Deve ter 180 partes móveis e substituíveis, funcionar à base de café e sobras de comida. Ter um colo macio que sirva de travesseiro para as crianças. Um beijo que tenha o dom de curar qualquer coisa, desde um ferimento até as dores de uma paixão, e ainda ter seis pares de mãos.O anjo balançou lentamente a cabeça e disse-lhe:- Seis pares de mãos Senhor? - Parece impossível !?!Mas o problema não é esse, falou o Senhor Deus - e os três pares de olhos que essa criatura tem que ter?O anjo, num sobressalto, perguntou-lhe:- E tem isso no modelo padrão?O Senhor Deus assentiu:- Um par de olhos para ver através de portas fechadas, para quando se perguntar o que as crianças estão fazendo lá dentro (embora ela já saiba); outro par na parte posterior da cabeça, para ver o que não deveria, mas precisa saber, e naturalmente os olhos normais, capazes de consolar uma criança em prantos, dizendo-lhe: - "Eu te compreendo e te amo! - sem dizer uma palavra.E o anjo mais uma vez comenta-lhe:- Senhor...já é hora de dormir. Amanhã é outro dia.Mas o Senhor Deus explicou-lhe:- Não posso, já está quase pronta. Já tenho um modelo que se cura sozinho quando adoece, que consegue alimentar uma família de seis pessoas com meio quilo de carne moída e consegue convencer uma criança de 9 anos a tomar banho...O anjo rodeou vagarosamente o modelo e falou:- É muito delicada Senhor!Mas o Senhor Deus disse entusiasmado:- Mas é muito resistente! Você não imagina o que esta pessoa pode fazer ou suportar!O anjo, analisando melhor a criação, observa:- Há um vazamento ali Senhor...- Não é um simples vazamento, é uma lágrima! E esta serve para expressar alegrias, tristezas, dores, solidão, orgulho e outros sentimentos.- Vós sois um gênio, Senhor! - disse o anjo entusiasmado com a criação.- Mas, disse o Senhor, isso não fui eu que coloquei. Apareceu assim...
(autor: desconhecido)

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Ética nos Negócios



Mais vale um código de ética na mão do que discursos longe da prática
terça-feira, 6 de maio de 2008
por Leandro Fernandes

Discursos bonitos não são suficientes. A prática é que são elas . Entretanto, estabelecer um código de ética é o primeiro passo para que uma organização se conduza por essa linha. Logo, o ditado mais vale um código de ética na mão que dois voando faz algum sentido. É o que pensa o diretor-presidente do instituto Brasileiro da Ética nos Negócios, Douglas Flinto. “Trata-se de um instrumento de extrema relevância para a melhoria da gestão da empresa e o aumento da reputação corporativa, dentro e fora dos seus muros”, afirma.

Entretanto, no Brasil, possuir e divulgar um código de ética é algo praticado por poucas empresas. Pelo menos foi o que mostrou a Pesquisa Código de Ética Corporativo 2008, realizada pelo instituto, que envolveu as empresas listadas nas listas das maiores empresas em atuação no Brasil. O estudo deu conta de que apenas 29,6% dessas empresas possuem ou têm disponíveis seu código em ética no website. Para Flinto, ainda que longe do ideal, esse número é positivo ser considerarmos o fato de que a ética vem se denegrindo nos últimos anos.

Em entrevista ao CanalRh, Flinto falou sobre essas e outras questões ligadas à ética corporativa, como a ausência de alinhamento entre discurso e prática e a prática do marketing da ética.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

CanalRh: O que o senhor tem a dizer sobre a ética nos negócios no Brasil?
Douglas Flinto: Infelizmente as coisas estão piores do que no passado. No passado, quando se falava em fio do bigode, se você fazia um acordo com uma empresa ou com uma pessoa você tinha isso auditado pelo fio do bigode, ou seja, pela sua palavra. Hoje em dia as pessoas assinam contratos e conseguem não cumprir esses contratos. Daí, quando a parte prejudicada vai à Justiça, essa demora 20 anos para resolver a questão. Hoje se ouve falar muito em sustentabilidade, em responsabilidade social e ambiental, que são coisas extremamente importantes, evidentemente, mas nós não ouvimos falar muito de ética. E aí, quem fala é visto como o chato, como o cara do outro planeta. No entanto, a situação do planeta vai chegar a um ponto que só poderá ser revertido por meio da ética.

CanalRh: Qual o papel das empresas na formação dos valores éticos de uma sociedade?
Flinto: Desde os primórdios as empresas têm um papel decisivo na formação das sociedades. A gente passa grande parte da vida dentro das empresas. Logo, a empresa tem um papel primordial na complementação da formação de todos que estão ali dentro. Grande parte dos problemas que temos hoje foi criado pelas empresas, e serão elas que irão reverter todo esse quadro de degradação social e ambiental. Elas têm a influência e o dinheiro necessário para isso.

CanalRh: Como o Brasil está em relação a outros países quando o assunto é Ética nos negócios?
Flinto: Apesar de crer que ética é uma coisa só em qualquer lugar do mundo, acho que a diferença está na cultura. Nós estamos evoluindo em relação a nós mesmos, mas estamos atrasados em relação à Europa e EUA, principalmente em relação às punições para quem apresenta falta de ética de conduta, um fator fundamental. No Brasil, a mídia está muito preocupada em noticiar a corrupção tanto na esfera pública quanto privada. Nunca se viu tanta notícia sobre corrupção como temos hoje. O problema é que vivemos num país de muita impunidade. Políticos roubam o País, empresários roubam os acionistas, empresas têm mania de fazer maquiagem de produtos, lesam o consumidor e não existe punição exemplar, que é a contrapartida da ética. Nos EUA, um executivo que faz algo errado é punido por isso, o mesmo serve para os políticos. Aqui é raro ver alguém envolvido em escândalos receber punição.

CanalRh: Em relação à pesquisa, cerca de 70% das empresas não possuem ou não divulgam seu código de ética. Como o senhor interpreta esse número?
Flinto: Muitas dessas empresas não têm, mas muitas têm e não divulgam publicamente. São poucas as que colocam seu código na sua internet. Ainda há um destaque maior para responsabilidade social e sustentabilidade, mas creio que isso vá mudar. Quase 30% das empresas pesquisadas colocavam seus códigos de ética no website. Se somarmos esse índice ao das empresas multinacionais que atuam no Brasil e que divulgam seu código no site mundial da companhia temos um número mais expressivo (50%), ainda que esteja longe do ideal. Entretanto, temos de destacar que aquelas que colocam seus códigos à disposição de todos, dizem claramente que são empresas sérias, corretas e que vão enveredar seus esforços com o intuito de seguir aquele código.

CanalRh: Qual é a real importância de um código de ética?
Flinto: É evidente que não é o código que vai fazer uma empresa ser mais ou menos ética. Mas ele é o princípio de tudo. O código de ética é a constituição da empresa, é a lei maior dela. É lá que se colocam os valores, a cultura, os princípios da empresa e como ela vai agir com todos os seus públicos. É no código de ética que qualquer stakeholder sabe como aquela organização atua. Esse instrumento é de grande valia para ser o norteador da empresa. De acordo com a nossa pesquisa, poucas empresas divulgam seu código de ética no seu principal meio de divulgação, que é a Internet. Acredito que a partir do resultado da pesquisa, muitas empresas vão passar a se preocupar em elaborar esse que é o principal instrumento de gestão de uma organização. Esse é o primeiro passo para a empresa dizer ao público que está preocupada com a ética nos negócios.

CanalRh: A pesquisa cita a falta de alinhamento entre discurso e prática. Sem essa coerência o código fica sem valia?
Flinto: O grande problema do mundo empresarial está no gigantesco abismo existente entre o discurso corporativo e a prática empresarial. Muitas empresas têm um discurso muito bonito. Um discurso socialmente responsável, ambientalmente correto. Um discurso que persegue a sustentabilidade, mas na prática faz exatamente o contrário. Muitas empresas ainda usam o que eu chamo de marketing da ética.

CanalRh: O que é o marketing da ética?
Flinto: É quando a empresa usa essa grande ferramenta, que é o marketing, e, a um custo muito barato, constrói uma imagem que ela não tem. São os famosos projetos de responsabilidade social e ambiental, que, no final das contas acabma ajudando alguém, mas não é suficiente. São empresas que têm discurso, que investem no terceiro setor, que têm o seu instituto, sua fundação. Mas, por outro lado, pagam propina, subornam, atrasam salários. Ela não é ética; porque ética abrange todos os sentidos. Uma coisa não compensa a outra. A empresa tem que ter atuação correta, responsável e tem que exigir que os seus funcionários também tenham. Vai chegar um dia em que o consumidor é que vai determinar que empresa ficará aberta ou não. Essa visão já existe e tende a ficar mais forte a cada dia. Os consumidores se preocuparão mais se as organizações conduzem seus negócios com ética de conduta. Sem ética nos negócios não existe responsabilidade social ou ambiental e tampouco sustentabilidade. A ética nos negócios será o pilar de sustentação das corporações no Brasil e no mundo.

CanalRh: Essa ausência de comportamento ético e de alinhamento com o discurso é resultado de concessões feitas no topo das organizações? Qual o efeito disso para baixo?
Flinto: O exemplo é tudo. Há alguns dias eu vinha de Campinas para São Paulo e estava na velocidade limite, quando passou por mim um carro oficial, de placa de bronze e que levava um desembargador, a uma velocidade absurda. Quer dizer, o homem que tem o dever de fazer cumprir a lei estava dando um péssimo exemplo. O principal executivo, a diretoria e a alta gerência têm de ser o exemplo para os demais funcionários. São esses funcionários que serão líderes no futuro. Não adianta ter um código de ética e o conselho chegar para o líder e dizer que se precisar extrapolar algum limite para vender que ele o faça. Hoje, se ouve falar muito de assédio moral dentro das organizações e elas acham que isso vale desde que haja resultado, mas os fins nunca justificam os meios. É preciso focar na forma como se atinge os resultados e buscar o resultado ético.

CanalRh: Mas como mudar um comportamento que vem de cima? Como se muda uma cultura que vem do topo?
Flinto:Existem dois caminhos. Ou o líder diz que não vai fazer, e muito provavelmente ele vai perder o emprego. Ou ele mantém o emprego dele tomando a decisão errada. Um líder ético não compactua com essas coisas, não faz concessões. Se ele se depara com a possibilidade de fazer algo que contraria o código de ética ele toma a decisão correta e se perder o emprego por isso irá procurar uma empresa séria. Para ele, a consciência tranqüila vale mais que a posição que ocupa. Os profissionais de uma maneira geral já têm essa visão, de procurar empresas sérias e essas empresas também querem esses profissionais. Eu sempre atuei em empresas de petróleo e em uma dessas, a francesa Agip, eu tive de denunciar outro diretor para o conselho em razão de algo que afetava o código de ética da empresa. Após duas semanas fui demitido por quebra de confiança. Nesse caso, nota-se que o código servia apenas para estética e não para a ética. Acredito que haja muitas pessoas nessa mesma situação. Muitas irão perder o emprego, mas no final a ética sempre vale mais a pena.

Piadinha


MUITO BOA MESMO
No Curso de Medicina, o professor se dirige ao aluno e pergunta:
-Quantos rins nós temos?
-Quatro! - Responde o aluno.
-Quatro? - Replica o professor, arrogante, daqueles que sentem prazer em tripudiar sobre os erros dos alunos.
-Traga um feixe de capim, pois temos um asno na sala. - ordena o professor a seu auxiliar.
-E para mim um cafezinho! - Replicou o aluno ao auxiliar do mestre.
O professor ficou mais irado ainda e expulsou o aluno da sala. O aluno era, entretanto, o humorista Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), mais conhecido como o 'Barăo de Itararé'.
Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre:
-O senhor me perguntou quantos rins 'nós temos'. 'Nós' temos quatro: dois meus e dois seus. 'Nós' é uma expressăo usada para o plural. Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim.
A vida exige muito mais compreensăo do que conhecimento! As vezes as pessoas, por terem um pouco a mais de conhecimento ou acreditarem que o tem, se acham no direito de subestimar os outros...
E haja capim!!!